Algumas vezes em nossa história nos aventuramos de sair do futsal. Seja com times adultos, ou times de base. Os motivos geralmente rolam em torno de convites de amigos ou times amigos que chamam para um bate e volta nas modalidades distintas. E é algo muito prazeroso, pois, além de contato com outra modalidade, vale muito pelas resenhas e brincadeiras que se constroem, mesmo que, por mais que haja seriedade durante a disputa das partidas, o que mais vale são as brincadeiras, tanto com adversários, como entre nós, no final. Afinal, esse é o maior de todos os propósitos: unir!

Em 2023, o Ríver completa 25 anos. Imaginem vocês a quantidade de histórias que temos pra contar. Luta para conseguir o primeiro uniforme, treinos numa quadra com a parede torta, alagamento na quadra, brigas, resenhas, bate e voltas, churras e muita amizade. 25 anos que trazem muitas histórias pra contar, e que valeriam até um livro. Quem sabe um dia, as histórias que a história conta!

Umas das ações sociais mais marcantes da nossa história se deu em asilos. Primeiro pelo absurdo que vimos a precariedade de materiais no local, apesar de todo esforço dos organizadores. Numa das campanhas, conseguimos quase 1 tonelada de material, entre alimento e limpeza. Quando chegamos lá, vimos a despensa com menos de 10 kg de material para os 30 senhores no local. Depois, muito bate papo conversando e ouvindo as histórias dos queridos velhinhos. Apesar da sensação de abandono, levamos alegria. Dia de renovar a alma!

2013 é o ano. Time adulto de sábado. O torneio, a Liga SP, na época, o maior campeonato amador construído em São Paulo. E uma história sensacional! Final contra o Palestra, melhor campanha e um ponto extra, ou seja, ganhando os 2 quadros já levariam o caneco. Nós precisaríamos ganhar 2 quadros e empatar pelo menos mais 1. Primeiro jogo fizemos em casa, Sete de Setembro, e o presidente do Palestra: "Cadê a taça? Já temos o ponto extra! Vamos levar aqui e hoje!". O resto da história está na foto e nem precisamos do primeiro quadro da volta. Respeita o Gigante!

2018 foi o ano de ousar. Além de consolidar o projeto das categorias de base, lançamos o nosso time feminino. Das meninas que estão na foto, do primeiro jogo na Arena Aperibé, apenas a Full (que precisou se aventurar no gol, mas hoje não joga mais, porém, acompanha o time adulto) e Ripa (hoje treinador da A3) seguem conosco. O time adulto está totalmente remodelado, e é um time super vencedor. Enquanto isso, estruturamos nossa categoria de base dentro de um projeto social que só tem a crescer, fomentando o futsal feminino.

Em 2017 foi a hora de sentarmos e retomarmos o projeto de base. E agora sob novos moldes. Em 2010 abrirmos a porta da escolinha. Em 2017 o desenho foi mais planejado: competir para agregar ao projeto. E assim foi feito, já com o traçado de uma nova montagem de projeto. Fomos trazendo meninos para montar o time, e acabamos barrando no treinamento. Muitos deles já treinavam em algum lugar. Assim, a opção foi por primeiro fazer o nome, para na sequência darmos passos à competições maiores e por fim, nos consolidarmos como uma Escola de Esportes.

As doações coletivas de sangue são uma outra bandeiras que costumamos hastear. Só que passa por isso sabe a dificuldade que é, independente do tipo sanguíneo. E já a alguns anos temos campanhas nesse sentido. Não somos perfeitos, às vezes falhamos na divulgação. Porém, em 2022 fizemos a nossa última campanha entre os times adultos, dirigida especificamente a duas campanhas de crianças necessitando dedoação. E novamente a ajuda rendeu! Nosso trabalho lida tanto com a questão de suprir a demanda dos bancos, quanto ajudar a um próximo que esteja necessitando. E assim seguimos!

As festas sempre foram um símbolo do time. Duas marcam o ano: o aniversário, em julho, e o encerramento do ano, em dezembro. Lá, reunimos atletas, amigos, ex-atletas, agregados, numa confraternização geral. 2010 foi a comemoração dos 10 anos de time, e a festa aconteceu na nossa quadra mãe, a Foot Art, já rebatizada à época de Arena Futsal, sob novo comando, mas sempre com a Dona Cida no comando do bar!

Os primeiros passos pós fundação! Na foto, nossa primeira quadra, a famosa Foot Art. Pequena, renegada por muitos nos dias atuais, mas a primeira casa que nos abrigou. E aqui, onde tudo começou. A foto, de 1999, já tem o maior artilheiro da nossa história, o Joel. Tem foto do presida, quando ainda jogava, antes da fratura, e único fundador remanescente. Tem seu Odilon, o primeiro treinador. E o Renan, também fundador, filho dele. Tem o Passarinho, um dos grandes goleiros, além do Cauê e do Viva, também fundadores. Máximo respeito a quem, de alguma forma, construiu o alicerce da nossa história.

Apenas futsal e rivalidades de bairro não nos cabiam mais. Uma personalidade gigante crescia em cada um de nós, e pensar fora da caixinha era a palavra de ordem. E num país, onde abismos e desigualdades sociais são comuns, nos fizeram começar a pensar no social. E a partir daí, diversas ações foram executadas. Uma das primeiras e mais marcantes foi essa, numa creche de crianças carentes, onde passamos alguns dias divertindo e brincando com as crianças, e no final de semana pintamos a escola que estava em frangalhos. Era o começo de uma história de apoio a quem mais precisa.

As coisas nem sempre se desenham da melhor forma. Após o nosso presidente quase morrer em 2003, e perdermos um título quase ganho, 2004 veio a redenção, e nas mãos desse homem, Ricardo Achar! Além de amigo e amado por todos, paciente, companheiro. Simplesmente o maior treinador da nossa história! Momento de extrema felicidade que sempre foram vivenciados, exaltados e relembrados. Obrigado, seu Ricardo! O maior entre todos os Gigantes!

Nem só de alegrias uma história é construída. E nesse momento, perdemos um grande amigo, um moleque sem palavras, sempre risonho e brincalhão. Depois de lutar contra problemas renais, sessões de hemodiálise na Santa Casa, mesmo tão jovem, Chuchu nos deixou de repente. O sentimento de impotência tomou conta de muitos de nós, principalmente os mais próximos. Mas a missão dele na Terra foi cumprida, e uma delas, com certeza, foi alegrar nosso ambiente! Esteja onde estiver, esse parceiro está guardado em nossos corações!

E veio a pandemia do COVID-19. Com ela, nosso futebol parou, estacionado no mar de incertezas, num país inflado pela dicotomia. Mutos aprisionados em casa, alguns sem renda, alguns sem sanidade. E nosso amigo Claudemir, motorista de aplicativo, que permaneceu nas ruas, foi um dos casos de morte no início da pandemia. Um ser humano "indizível", cheio de simpatia e carinho, além de um pivô extraordinário. Inclusive, deixou uma esposa e um filho pequeno, que o Ríver fez quesão de não deixar na mão, colaborando com a mesma durante um ano, na dificuldade da pandemia. Mais um que deixou saudades!