Uma sociedade eternamente em crise, estender a mão deixou de ser um ato de benevolência para ser um ato de necessidade. A carência vai muito além do alimento e muito além do indivíduo. Muitas vezes são família inteiras na rua em situação de vulnerabilidade extrema com dificuldade de se alimentar, de ter um lar, de poder higienizar-se, e por conseguinte ter saúde, de ter acesso a conhecimento, de ter acesso a oportunidades, de ter afeto....

Aí precisamos falar sobre o DNA Riveriano!

Nos seus 25 anos de história, o Ríver sempre se notabilizou por estar lado a lado da comunidade, sempre ajudando o próximo com inúmeras campanhas de apoio à comunidade carente, levando desde alimento e roupas até afeto.

E após uma pandemia turbulenta, onde milhares de pessoas contaram com nosso apoio e compaixão, a nova diretoria arquitetou a volta das nossas ações sociais, depois de um 2021 e 2022 que visaram quase que exclusivamente as ações de retorno das atividades esportivas pós pandemia. Encabeçadas pelo diretor comercial Matheus Fidalgo e a nossa diretora financeira Bruna Bego, as ações contam com o  endosso do nosso presidente e o empenho do polivalente diretor de marketing Yuri Domingos.

E não podemos deixar de citar o nosso maior parceiro: os pais. Sem eles e os nossos amigos e torcedores da comunidade conseguimos colocar em prática toda estrutura que é montada para ajudar o próximo.

E a nossa primeira ação do ano foi a ação de Páscoa. Contando com a colaboração de nosso ex-atleta Salame e sua esposa Luana, que confeccionaram quase 100 ovos de Páscoa a preço de custo, e propiciaram a felicidade de muitas crianças e até adultos.

O próximo passo  era o melhor de todos momentos: a entrega! Ah, como é lindo ver o sorriso na cara de cada criança que ganha seu ovo de Páscoa! EM muitos casos, que jamais esperavam por isso.

E não escolhemos abrigo, creche ou orfanatos. Dessa vez a escolha foi pelo lugar mais cruel possível: as ruas! E saímos de rolê em busca das riquezas do nosso dia.

Marcante (e comum) encontrar pedintes nas passarelas e espaços do metrô. De lá, arrancamos o primeiro de todos os sorrisos infantis ao ver que teria o que não imaginava. Um ovo de chocolate só seu! E era só o começo. Passando pelas ruas do Belém, Tatuapé e Brás, não faltaram crianças no caminho.

Numa dessas paradas, muita emoção. Largo São José do Belém, próximo à Igreja São José, concentração de alguns moradores de rua e albergues da região. Os próprios pais se emocionaram de ver a alegria dos filhos.

Outro ponto de destaque foi na rua do metrô Belém, onde existem muitas barracas montadas ao longo da rua. Abordamos um casal de velhos e perguntamos: "há muitas crianças por aqui?". "Aqui nenhuma. Todas crianças foram morar na invasão. Aqui ficamos só quem não tem criança". Explicamos o que faríamos e se poderiam nos apontar onde era a invasão. Explicaram a nos surpreenderam: "pode nos dar um ovo cada? Há anos não comemos um chocolate.". Sabe aquela frase que rasga a coração? Dois velhinhos sofridos. E não teve como negar. E o pagamento no sorriso enrugado e sofrido que nos foi dado, não tem preço.

A invasão foi outro capítulo a parte: mais de 20 crianças habitam o local, mas a maioria estava na escola. As que não estavam, deram um show de simpatia! Muita brincadeira, muito riso e muita contação de história. Momentos e cenas que nos marcam para o resto da vida. E que com certeza ficarão marcados na vida de muitos deles!

Saindo de lá, muitas entregas na Bresser, com a rua fartas de moradores de rua. EM dias de extrema alegria por um lado, fazendo aquelas crianças a pais felizes. Por outro, a sensação de impotência, de não conseguirmos fazer algo mais efetivo, e a de revolta, com  governos que consomem milhões em corrupção e serram os olhos pras nossas necessidades.

Seguimos: pelo nosso próximo!

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